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Cooperação de Portugal com a Guiné-Bissau na Educação Superior

 



Olávio Silva análisa de que modo a política de cooperação portuguesa se desenvolve com a Guiné-Bissau, no âmbito do Ensino Superior. Concretamente, pretendo análisar a relação entre os apoios sociais, concedidos aos Estudantes da Guiné-Bissau, e sua eventual relação com as prioridades definidas, por parte dos alunos, na sua escolha da Instituição de Ensino que pretendem frenquentar, e também análisar os seus processos de integração.

As exigências do mundo contemporâneo impõem nos jovens, cada vez mais a necessidade de elevação do nível académico por forma a estar a altura dos desafios actuais. Os estudantes guineenses procuram formação superior um pouco, por toda parte do mundo, sendo Portugal um dos principais destinos. Isto porque a ligação histórica favoreceu essa escolha do país do continente europeu. A ligação histórica e cultural existente entre os dois países, em que muitos dos guineenses já têm familiares a viver em Portugal, tem sido aproveitada para facilitar os jovens a estudar neste país do continente europeu, cujos diplomas têm grande reconhecimento no mercado de trabalho guineense e maior probabilidade de emprego.

Todos os anos são realizadas ás candidaturas para o regime  especial de acesso e ingresso no ensino superior português.

Os regimes especiais de acesso e ingresso no ensino superior destinam-se aos estudantes que reúnam condições habilitacionais e pessoais específicas, identificadas em cada um dos regimes, tratando-se de uma forma de acesso autónoma, distinta do Concurso Nacional (candidatura ao ensino superior público), dos Concursos Institucionais (candidatura ao ensino superior privado) e dos Concursos Especiais (candidatura ao ensino superior público e ao ensino superior privado para estudantes com condições habilitacionais específicas).

A entrega da candidatura é efetuada, exclusivamente, junto dos Gabinetes de Acesso ao Ensino Superior (GAES) ou, por via diplomática, de acordo com o regime especial a que o aluno se candidata.

A embaixada depois de receber todas as candidaturas,  o mesmo são enviado para a Direção Geral do Ensino Superior português, é quem faz a seleção dos alunos que vão ser colocados consoante a sua média e a instituição que o próprio aluno escolheu. De seguida, a Direção Geral do Ensino Superior português, manda uma lista onde consta o nome, número  e a instituição onde aluno foi colocado, para Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau afim de poder obter visto de estudo.

A história recente da cooperação entre Portugal e aGuiné-Bissau reflecte o bom relacionamento político existente entre os dois países e assenta numa matriz cultural, jurídica e institucional comum e de competências técnicas específicas em áreas fundamentais para o mais Desenvolvimento, possiblitando a língua comum um mais fácil enquadramento da cooperação entre os dois países.

A cooperação institucional entre os dois Estados vem-se desenvolvendo quer no contexto bilateral, através dos Programas Indicativos de Cooperação (PIC), consubstanciados em programas e projectos propostos e executados anualmente com a colaboração de ministérios sectoriais, autarquias e sociedade civil, em particular das Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD) portuguesas, quer no contexto multilateral em articulação com outros parceiros de cooperação, no qual se incluem os programas da União Europeia, para os quais Portugal também contribui enquanto Estado-Membro, e das agências especializadas do sistema das Nações Unidas. 

Relativamente aos apois sociais, os estudantes guineenses (Guiné-Bissau),  benefeciam de apoios socias através da bolsa da Consciência Social do serviço de Ação Social da Universidade de Lisboa, e também da Universidade de Coimbra,  destinadas a estudantes do 1º e 2º cíclo que se encontram numa situação de comprovada carência económica. A bolsa deconsciência social, definida nos termos do Despacho nº 1273/2014 de 27 de janeiro, é uma iniciativa no âmbito da responsabilidade social da Universidade de Lisboa, destinada aos estudantes matriculados e inscritos em cursos de 1º ciclo, 2º ciclo e Mestrado Integrado da Universidade de Lisboa que, no decurso do ano letivo, se encontrem em situação de comprovada insuficiência económica, com prioridade para os não bolseiros. Com este apoio pretende-se combater o abandono e insucesso escolar e, também, contribuir para a aquisição de competências transversais socialmente úteis, através da atribuição de apoios extraordinários com vista à supressão de necessidades de alimentação, alojamento, propinas, entre outros. 

No que diz respeito a integração, os estudantes guineenses  deixaram o país de origem para frequentar o ensino superior num país culturalmente distinto de onde nasceram. Para além do distanciamento que se possa sentir em termos culturais, os valores e modos de vida do país de origem, há uma situação comum aos estudantes em transição do ensino secundário para o ensino superior, em que vários estudos têm apontado imensas dificuldades por partes dos estudantes, nomeadamente no primeiro ano dos estudos universitários, as exigências de adaptação ao mundo universitários dos estudantes guineenses é bem evidente, na medida em que é necessário que estes se adeqúem as suas capacidades pessoais, intelectuais e académicas às estruturas universitárias portuguesas.

Por fim, a vinda para um novo país acarreta, para além de deixar amigos e familiares, uma responsabilidade e, ao mesmo tempo um desejo de um dia, quem sabe, mudar a situação do país de origem.

Para finalizar, no que diz respeito à educação Portugal tem mostrado sempre a sua vontade para a cooperação na área da educação e não só.

Fonte da imagem: https://jornaldoluxemburgo.com/2020/07/portugal-quer-reforcar-cooperacao-com-guine-bissau-na-saude-educacao-e-justica/ 

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